Élvio

O Festival de Cinema do Rio de Janeiro é uma data sabática para mim. Este ano ele foi eclipsado pela não menos esperada (no espaço de uma existência) ida à França. Escolhi um filme, marquei com minha estrela rosa a sessão. Sugestivamente o filme se chamava "França" ("Francia"), o novo filme argentino do uruguaio Israel Adrian Caetano. De França não havia nada, como dita o tom do bom filme portenho de história em turbilhão. Apenas uma breve citação que caiu como o peso de uma profecia maldita: "Não, você não vai chegar na França."
Seria preciso muito mais do que uma profecia para me impedir de atingir meu destino.

Às 17h01 o avião pousa no Aeroporto Charles de Gaulle anunciando simpaticamente: "Bem vindos a Paris". Uma das frases mais sinceras que já ouvi em toda a minha vida. O choro explodiu, mas a disputa pela saída da aeronave seguida da fila da Imigração exigiram praticidade e pequenos empura-empuras.

Às 21h32 o metrô irrompia dos subterrâneos da antiga Lutécia e rasga a paisagem da cidade. Unicamente para me oferecer a primeira vista que meus olhos aguardavaram toda uma vida. "Élvio, regarde à ta droite!", me disse Joanna. Regardei à droite e à partir de então, fui ser gauche na vida...

"Prochain arrêt: Trocadéro". Era o sinal.

http://www.youtube.com/watch?v=5QXxozXsDZY